sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Algo

Passei minha vida toda escapando pela tangente da vida "normal". Do trabalho desgastante, da sobrevivencia.
Mas eis q tudo do q eu fugia me alcança, e o que posso falar nada mais é que, a maré não é tão forte quanto vista de dentro.
Que o todo continua todo e eu ainda sou eu, seja lá oq seja isso!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cidade medieval

Trabalho trabalho trabalho

Só um pequeno pensamento de hj:
Quem trabalha quer pinto!!!

sábado, 4 de julho de 2009

domingo, 1 de março de 2009

Monarquia do leque

Manifesto Teatral Nº 05

Ontem, voltei de uma palestra que fui convidado a ministrar em uma Universidade de um estado próximo.
Adentrei calma e seguramente o auditório, falar de teatro me é natural e fácil, auditório que estava abarrotado de jovens universitários aspirantes a artistas, ou a aspirador de pó. Meu manto de veludo preto vagarosamente expandia-se pelo chão. Na mão, um cetro com uma estrela de bronze na ponta. Todo o auditório riu ao me ver.
Cessado o histérico cômico dos jovens, falei:

“O que esperavam?
Ver-me de calça jeans, camiseta e tênis?
Então não seria eu um artista, seria um espelho!
Vocês são assim, corrompidos pelos padrões da vó de nossa sociedade, não eu. Olhem para o colega ao lado e para o desconhecido da outra fileira, todos iguais, literalmente, iguais.
Acreditei, dois meses antes de estar aqui, que viria falar a artistas, jovens artistas, de mudanças, rebeldia, política, educação, filosofia e quebra de paradigmas, ou seja, de Arte.

Mas onde estão os jovens?
E os artistas?

Porque vocês que estão aí sentados me olhando não os são! Vocês não são artistas, sequer são jovens!

Todo artista, mesmo os fisiologicamente velhos, tem os atributos psicológicos dos jovens: Audácia, predisposição ao novo, ao inusitado! Liberdade física, liberdade verbal, liberdade mental! Falta de vergonha. Excesso de inquietação. Jovens não se sentam acomodados em poltronas estofadas e riem distraídos. Jovens correm, pulam, movem-se distorcidos, pois o espírito não lhes cabe no corpo. Deram-lhe um número menor! Todo jovem sobe o abismo ético-moral dessa sociedade almejando jogar-se de lá. E joga-se crendo, sem receios, rancores ou cálculos (coisas de velho) criar asas durante a queda. E as cria, não nas costas como os patos, marrecos ou as cotovias, mas na cabeça, como os filósofos, pois o jovem ainda crê no poder do INCRÍVEL!
O que não é o caso de vocês, velhos disfarçados. Por favor, tenham um pouco de dignidade e tirem essas máscaras mal feitas que os escondem.
Vocês são tão caducos,
Tão taxativos,
Tão óbvios.

Vamos, voltem para a geriatria de suas grandes idéias. É lá onde tudo já foi pensado. Vão, porque aqui é onde se faz arte, aqui é a maternidade. Daqui nascem novos argumentos, novas questões, proposições e muitos novos problemas que substituirão vocês.
Cabeças velhas pensam na sala ao lado do necrotério. Não vim aqui para falar do passado. E sei que o que vocês mais querem é que eu faça desta palestra uma sessão espírita para invocar Meyerhold, Artuad, Craig, Jaques Copeau, o velho Brecht, James Joyce, Spolin, Ionesco, Peter Weiss, Lorca, Beckett e quem sabe com muita sorte e boa vontade dos bons espíritos, o grande Shakespeare!
Não o farei.
Vim falar do futuro.
O tempo dessas cabeças teatrais já se foi, assim como a de vocês.
Vim falar do que está por vir. Da gestação, quase secular, que a Arte está vivendo! Não com vocês, pois vocês morrerão antes do magnífico parto!

Por favor senhora, onde estão os jovens que vão me ouvir? (perguntei a organizadora da palestra)

Devem eles estar no pátio lá fora.
Não há lugar aqui dentro. Vocês ocuparam tudo, pegaram o lugar dos outros. Por favor velharia, saia e deixem que o novo ocupe os acentos.

Inatitude!
Bem típico dos velhos.
Saio eu então. Com licença, mas vou atrás dos novos pensamentos, pois os velhos, já pensei, e vocês também não servem mais para o mundo como ele está.”

Desci do palco.
Da mesma forma que entrei, calma e seguramente, saio do auditório que permaneceu imerso em completo silêncio, de sons e raciocínios.
Calei-lhes a cabeça.
Hoje os pensamentos falam muito alto, muito mais alto que as línguas.
Poderia ter palestrado horas a fio sobre os mortos que todos tanto amam e no final seria aplaudido, considerado mais um mestre do teatro! No entanto, fiz o que me propus a ir fazer: falar a verdade.
Pelo menos o que subjugo verdade.
Mas se queriam outro tipo de show que convidassem outro palhaço. O que mais tem nos circos acadêmicos são palestrantes pós-graduados nas teorias dos falecidos mestres do teatro.

A sociedade tem que mudar.
As artes dessa sociedade têm que mudar.
É ingenuidade separar o meio artístico dos demais fragmentos enferrujados que constroem a sociedade. Tudo está corrompido.
Os artistas precisam ser educados.
E a educação nem sempre consegue ser mansa.
Um bebê ao aprender a andar sofre, chora, amedronta-se e esperneia com os primeiros passos bípedes. Doem as perninhas. Também não poderia ser diferente, toda a sua curta vida resume-se a estar deitado, sendo levado no colo quando sai do lugar.
Assim é a alma dos artistas, jovens e velhos, desse meu tempo boçal. São bebezinhos deitados. Toda a reflexão no máximo lhes é uma delicada cantiga de ninar. E se fazem algo dentro de suas vidas, reparem leitores, é sempre embalados no colo de outros.

Pobres crianças.
São enganados pelo tempo.
Têm elas o corpo novo e a pela lisa. Mas a cabeça já está atrofiada de tantas condutas, aneurismas, teorias e experiências, como a de um velho, cujo sistema político já infectou, estragou, descartou.
Quando o Castelo das Expectativas caiu, sobrou apenas o silêncio.
Manso, quieto.

Sei que decepcionei os jovens universitários e seus professores que lêem meus escritos. Sinto que eles queriam que eu os encorajasse, que eu com minha fala hipnótica, reafirma-se todas as teses que indicam que eles estão no caminho certo.
Mas não acredito que estejam.
Creio que todos estão errados!
Pois todas as escolas de artes não estão estudando o mistério do que ainda não existe. Os homens ainda estão se vangloriando do que os homens de ontem, de séculos ontem, fizeram.
Sempre falo sobre esse saudosismo social que nos paralisa. Não digo para esquecermos nossa história, mesmo porque agora sou a razão pela qual meus ancestrais existiam.
Essa é a diferença. Talvez não consigamos a mesma proeza dos ancestrais, olhar à frente. Esse é o erro, formar artistas que andam de costas para verdades. Educando a olhar para trás, mas o incentivam a andar para a frente. Então, o cobra-cega vê apenas a glória de dias estupendos que Shakespeare viveu, mas não vê os buracos no próprio caminho.
Cai.
Cai.
Cai.
Não por estar tentando. Mas cai simplesmente por não estar vendo. Andam para uma direção com a cabeça voltada para outra.

Tenho medo de pensar que é propositadamente isso que o sistema social quer, artistas curupira, (cabeça para um lado, pés para o outro) para tardar o infarto social. Mas penso... Já fazem as coisas de caso pensado. Berços, universidades, teatros, tudo para manter as coisas como estão. Como se como elas estão, estivesse bem. Ninguém tem coragem de realizar a eutanásia na sociedade, mesmo depois de décadas de coma. A própria conduta social inventou uma moral que inibe e exclui a eutanásia dos hábitos das pessoas de respeito. Inteligente esse sociedade.

E esses jovens não viram a cabeça para frente por medo. Tem receio, medo de aprenderem. São bebês que não querem andar. Não querem eles perder o reinado de seus bercinhos. Sua coroa, sua chupeta de ouro!

Pegue uma enciclopédia qualquer e dê uma olhada sobre os hábitos dos pássaros. Notará que a natureza animal é mais eficaz que a natureza humana. Na sociedade alada das aves não se inventam processos de aprendizagem, tão pouco institucionalizam escolas onde se ensinam o pequeno passarinho técnicas para voar, planar e diversas modalidades de vôo. Simples e amorosamente a mãe pássaro dá um ponta-pé no filhote, que cai do ninho e, voa!
O que não é o nosso caso humano.
Prorrogamos o máximo possível o dia da prática. Preferimos o conforto seguro das teorias, onde nunca precisaremos nos confrontar com nossas incapacidades. Afinal, no almofadado das páginas de um livro aceita-se qualquer idéia.
E jamais se admitirá que um pardal tenha mais inteligência que um universitário.
Entretanto, ninguém quer saltar do ninho.
Porque todos bem sabem que o excesso de teorias é tão pesado em suas cabeças, que ao tentarem vôo solo, vão se esborrachar com a cara no chão.

E eu ouço a alegria dos pássaros em vôo.
Eles cantam sobre o prazer da liberdade, pois estão livres! E eu vejo os artistas e acadêmicos agarrados em seus ninhos mofados do saber intelectual, também cantam eles sobre o prazer da liberdade. Mas os vejo presos! Uns, falam-me da liberdade teorizadamente idealizada, baseada no resultado das experiências de seus mortos.
O que não muda e nunca mudará é o ninho onde se fixam. E hora e outra, vêm uma ave e lhes dá de comer. Crêem eles que estão se alimentando do saber mais verdadeiro e nutritivo que suas almas podem conseguir.
Mas daqui onde estou vejo outra coisa. Vejo que a ave retira a comida de uma latrina... Bem, parece-me uma daquelas latrinas medievais.
É uma fossa, um enorme e fétido buraco no chão lamacento... Hei, tem alguém tentando sair de lá! Quem será ali, na beira da fossa? Creio conhecer aquele rosto... Parece que é... Não, não. Não pode ser. Sim, parece Stanislavski! Ó, meu Deus, é ele! Devo ajudá-lo?! Não, é melhor deixá-lo onde está. Mesmo já estando embolorado, ele ainda serve de comida aos artistas do ninho.

Cruel destino o dos mestres.
São como Prometeu, vem uma ave e lhes come as víceras!
Isso é o que dá tentar mudar a sociedade. Por isso não me assusto com tantos artistas ninados, quem quer terminar numa fossa de esterco histórico (só para não falar merda), servindo de comida aos jovens do futuro?
Não, obrigado. Renego este fim.
Por isso disse aos universitários na palestra:

“-... Vocês são assim, corrompidos pelos padrões da vó de nossa sociedade...”.

Dessa forma eles já sentem que eu tenho um gosto ruim, e mais tarde, quando eu morrer e não mais aqui estiver para afugentá-los para longe das minhas idéias, não vão eles querer me comer.
Creio que consegui.

Penso isso por causa do silêncio que ficou no auditório enquanto eu saia.
Quietude não faz parte de nossas relações. Vai que alguém pensa em alguma coisa. Para evitar tal constrangimento, de se pensar, todos falam ao mesmo tempo e sem parar.
O silêncio é uma nobre forma de expressão do ser, pouco usada, justamente por ser nobre em um mundo onde tudo é vulgar.

Quando era eu um dos que assistiam às palestras em meus anos de universidade, escrevi um teatro (“Madrugada” – 2005) onde uma das personagens proclamava contra as platéias tagarelas:

“- O Silêncio dará a graça, somente quando decompor-se as línguas.”

Na primeira tentativa de montagem (coisa que não consegui) o ator que atuaria dentro desta incógnita existencial, escreveu-me:

“O silêncio do homem é sempre perturbador, pois nossas pobres almas se contorcem de tanta aflição quando se dão conta que o silêncio mostra toda a falta de conteúdo positivo, e de quanto nos sentimos necessitados de algo que não conhecemos, por isso procuramos sempre algo que nos desvie da essência verdadeira do ser.”

E isso foi quando éramos jovens artistas descamisados.
Subíamos nos palcos com marretas e martelos para desmontá-los. Mesmo depois de tanto tempo, suas palavras somente agora geraram sentido.
Naquela época sentávamos nas salas de aula ou nas platéias com revolta e insatisfação. Eu, com um nariz de palhaço, ele, com um enorme leque branco. Tanto o nariz quanto o leque eram formas não verbais de dizer: Não aceito. Estou aqui, mas não aceito.
Os colegas já sabiam, quando o enorme leque ascendia e se abria, produzindo um som semelhante a um trovão no deserto, durante uma explicação de um professor, era a alma daquele ator se expressando, levantando uma crítica, uma questão vital para o aprimoramento do nosso teatro, para a lapidação dos sonhos, uma pergunta que nunca ninguém quis responder:

Pra que estudamos isso?

E os condecorados professores não respondiam esta incógnita acadêmica, não porque não soubessem a resposta. Pelo contra, nada falavam exatamente por saberem que seria preciso dizer:

Estudamos tudo isso por nada. Apenas para matar o tempo vago de nossas vidas, apenas para nos iludirmos e crermos que artisticamente vale a pena trancafiarmos-nos em uma universidade, pois este é a trilha mais fácil para nunca termos de fazer arte, e mesmo assim, sermos considerados artistas e os mais aptos para sobrepujarmos a própria arte!

Desta forma, este ator sempre foi censurado pelos mestres por exigir uma explicação mais psicológica, um ponto de vista mais filosófico ou no mínimo, espiritual, sobre tantos e tantos séculos de história. O leque era então, sua indagação proibida de ser feita!
O leque simbolizava a resistência.

Nós resistimos.
Eu resisto.
E ainda hoje, e principalmente hoje que envelheço, não aceito! Não vou corromper como meus antigos professores de universidade, pela velhice ou pelo fracasso de suas profissões.
Será preciso sempre uma ditadura para fazer as cabeças se expressarem?
Se minha opinião vale: Acredito que não. Mas no dia que palestrei, alegraria meu coração, ver um enorme leque branco erguendo-se do meio do auditório atônito.
Porém, nenhum leque foi aberto.
Pelo contrário, as idéias é que foram ainda mais fechadas.
Então o Teatro da relatividade novamente manifesta-se em mim. Ao reler as palavras do velho ator companheiro de resistência, incorporo-as e compreendo-as: “O silêncio do homem é sempre perturbador...”.

Por isso nem eu, nem ele nem nosso teatro se calaram.
Erguíamos a voz, as palavras, os textos e os leques, bem alto, contra a tirania do passado sobre o presente. Passado velho que luta pra viver eternamente, obstruindo o futuro e o fazendo mirrar!
E muitos foram os colegas que riram e se viraram contra nós. E muitos foram os professores que, sem nenhum argumento ético-sócio-artístico-intelecto-moral, nos definiram como imbecis.
Naqueles dias, houve voltagem, eletricidade na revolta que houve.
Havendo remorso, rancor, ranger, rastilhos, ratos, resignações, rasteiras, rameiras, retardos e retificações. Enquanto, mesmo com a boca entupida de terra, pedra, carvão, lodo, girinos, gosma e defecações, nós resistimos a engolir. Até quando não permitimos ser o que nos cerca e mais nos enoja. Até o momento que existir um grão de pó em nós, haverá uma reflexão!

E agora vejo que aquelas pessoas, alunos, professores e platéias, eram velhos demais para compreenderem o que falávamos.
Todas aquelas cabeças já haviam se esquecido que toda inconveniência é o prelúdio de uma tempestade, e toda tempestade sopra a poeira velha que asfixia o ar, varre a terra das folhas mortas, permitindo assim que novos homens germinem em um novo amanhecer.
E por isso não éramos bem vindos no teatro, na universidade, em nossas famílias, na sociedade e em suas festas. Éramos inconvenientes, e o éramos porque falávamos de um outro lugar, e que chegar até lá era fácil, prazeroso e admirável. De um lugar luzente que não era aquela velha ideologia que todos ainda discutiam e construíam suas convenções na tentativa de compreendê-la.
Conversa velha.

Toda idéia morre quando morre a mente que a pensou.

Uma idéia só serve para instigar o nascimento de outras novas idéias. E como um efeito em cadeia e totalmente incontrolável pelas trêmulas mãos capitalistas, a cada dia viveria-se dentro de uma nova proposta, inusitada, irreverente, inata, insólita, inconveniente às propostas antigas.
Um teatro assistido, um livro lido, uma música ouvida, uma pintura observada, não são o ponto de chegada, e sim o ponto de largada. Dali deve-se nascer nas mentes das platéias novas propostas. Toda arte é apenas a madrugada de um amanhecer.

O leque poderia naqueles anos ter se calado. Poderia ter deixado todos descerem a fossa de Stanislavski sem serem avisados. Poderia ter permitido que a voz dos mortos prevaleça assombrando as salas de aula sem resistência.
Mas o leque não se calou.
E foram os próprios ditadores que o criam. Foi o ato mesquinhamente fraco de impedir um artista de falar, que possibilitou a aquele ator as ferramentas para construir uma arma contra os costumes impostos.
E para este ator, abrir ou não o leque, não teria feito diferença, pois sua mente jamais se sujaria com tinta nanquim.
Mas para todos aqueles bebês, sonâmbulos, professores, atores e defuntos que viram pessoalmente a luz branca do leque libertador levantar-se contra eles próprios, resplandecendo em meio às trevas da ignorância de uma universidade, jamais acreditaram que tudo, teatro e vida, sejam apenas uma fossa onde são jogados milênios de experiência humana.

A imagem aterrorizante do leque os lembrará sempre de que os pássaros voam alegremente em silêncio.

Tornamo-nos, inclusive os que mais repudiavam e mais temiam o leque, súditos de uma monarquia! Ouso grafar essa palavra numa sociedade de leitores que fingem uns aos outros viverem em uma democracia, a fim de ressaltar seu sentido de hereditariedade.
O leque criou um reinado.
Nada poderia desmistificá-lo!
Destituí-lo!
Reinado este que nos foi passado, cuja honra é nos mantermos resistentes ante a falsa democracia dos engabelamentos.

Existe arte.
Verdadeiramente, existe esperança.
Existe teatro.
Apenas estamos longe delas. Porém, é apenas uma questão de distâncias agora.
Por isso não mais podemos esperar que outros (famílias, escolas, filhos ou governos) nos levem até lá. Saltemos impertinentemente deste colo e caminhemos, agora!



João Luís Mendes Dias

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Suspensão

Por motivos de forças menores, porém significativos, o blog ficará em suspensão na proxima semana.

Sorry

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Grifo

Grifo é na mitologia um animal com cabeça e asas de águia, e corpo de leão. Fazia seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são freqüentemente descritos como sendo de ágata.

A figura do grifo aparentemente surgiu no Oriente Médio onde babilônios, assírios e persas representaram a criatura em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela, A Princesa da Babilónia, dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. Na Grécia acreditava-se que viviam perto dos hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Em tempos mais recentes, sua imagem passou a figurar em brasões pois aparentemente possui muitas virtudes e nenhum vício.

Os grifos são inimigos mortais dos basiliscos.

Como diversos animais fantásticos, incluindo centauros, sereias, fênix, entre outros, o Grifo simboliza um signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o fato de valorizar as artes e a inteligência, e o fato de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança.

Os grifos em geral cruzam com éguas. Desse cruzamento damos o nome de hipogrifo, mas tais cruzamentos são, de forma, raros.

Também são retratados em moedas, por exemplo, na lira italiana tem, entre outros desenhos, o de um grifo.

Série de desenhos - Grifo - 08

Série de desenhos - Grifo - 07

Série de desenhos - Grifo - 06

Série de desenhos - Grifo - 05

Série de desenhos - Grifo - 04

Série de desenhos - Grifo - 03

Série de desenhos - Grifo - 02

Série de desenhos - Grifo - 01

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Passividade Dinâmica

O conhecedor quer conhecer sempre mais.
Quem se une ao Todo
Conhece cada vez menos,
E não deseja nada,
E acaba não fazendo nada.
E, graças a esse não-fazer-nada,
Tudo é feito através dele.
Destarte, també um reino se constrói,
Pelo não fazer nada,
Mas é destruído pelo fazer muito.

domingo, 25 de janeiro de 2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Misticismo

Misticismo (do grego μυστικός, mystikos, um início de um mistério religioso) é a busca da comunhão com a identidade, com, consciente ou consciência de uma derradeira realidade, divindade, verdade espiritual, ou Deus através da experiência direta ou intuitiva.

Do livro de Jakob Böhme "O Príncipe dos Filósofos Divinos", o misticismo se define por: o misticismo, em seu mais simples e essencial significado, é um tipo de religião que enfatiza a atenção imediata da relação direta e íntima com Deus,ou com a espiritualidade, com a consciência da Divina Presença. É a religião em seu mais apurado e intenso estágio de vida. O iniciado que alcançou o "segredo" foi chamado um místico. Os antigos cristãos empregavam a palavra "contemplação" para designar a experiência mística.

"O místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, etc. (Lewis, Ralph M)"

Mito de Dionisio

Dionísio, Diónisos ou Dioniso (do grego Διώνυσος ou Διόνυσος) era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer. Filho de Zeus e da princesa Sêmele, foi o único deus filho de uma mortal.
Ocorreu que Hera, ciumenta de mais uma traição de Zeus, instigou Semele a pedir ao seu amante (caso ele fosse o verdadeiro Zeus) que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, em outras versões lhe pediu que a mostrasse sua verdadeira forma. Sêmele então pediu que Zeus atendesse a um pedido seu, sem saber qual seria, em algumas versões, ela o fez fazer uma promessa pelo Estige, o voto mais sagrado, que nem mesmo os deuses podem quebrar. Ele concordou e quando soube do que se tratava imediatamente se arrependeu. Uma vez concedido o pedido teria que cumpri-lo. Ele então voltou ao Olimpo e colocou suas vestes maravilhosas (ou demonstrou sua verdadeira forma), já sabendo de o que ocorreria. De fato, o corpo mortal de Sêmele não foi capaz de suportar todo aquele esplendor, e ela virou cinzas.
Assim, Dionisio passou parte de sua gestação na coxa de seu pai. Quando completou o tempo da gestação, Zeus o entregou em segredo a Ino (sua tia) que passou a cuidar da criança com ajuda das Dríades, das horas e das ninfas.
Depois de adulto, ainda a raiva de Hera tornou Dionisio louco e ele ficou vagando por várias partes da Terra. Quando passou pela Frígia, a deusa Cíbele o curou e o instrui em seus ritos religiosos.
Sileno ensina a ele a cultura da vinha, a poda dos galhos e o fabrico do vinho.
Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da uva. Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho.
Dionisio puniu quem quis se opor a ele (como Penteu) e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre pondo em seu caminho.
Nas lendas romanas, Dioniso tornou-se Baco, que se transforma em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses.
É geralmente representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um tirso (um dardo) enfeitado de folhagens e fitas. Tem o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, traz na cabeça uma coroa de pâmpanos, e dirige um carro tirado por leões.
Também pode ser representado sentado sobre um tonel, com uma taça na mão, a transbordar de vinho generoso, onde ele absorve a embriaguez que o torna cambaleante. Eram-lhe consagrados: a pega, o bode e a lebre.
Às mulheres que o seguiam como loucas, bêbadas e desvairadas se dava o nome de bacantes.
É considerado também o deus protector do teatro. Em sua honra faziam-se ditirambos na Grécia Antiga e festas dionisíacas.
Segundo o mito, Dionísio ordenou a seus súditos que lhe trouxesse uma bebida que o alegrasse e envolvesse todos os sentidos. Trouxeram-lhe néctares diversos, mas Dionísio não se sentiu satisfeito até que ofereceram o vinho.
O deus encheu-se de encanto ao ver a bebida, suas cores, nuances e forma como brilhava ao Sol, ao mesmo tempo em que sentia o aroma frutado que exalava dos jarros à sua frente. Quando a bebida tocou seus lábios, sentiu a maciez do corpo do vinho e percebeu seu sabor único, suave e embriagador.
De tão alegre, Dionísio fez com que todos os presentes brindassem com suas taças, e ao som do brinde pôde ser ouvido por todos os campos daquela região. A partit daí, Dionísio passou a abençoar e a proteger todo aquele que produzisse bebida tão divinal, sendo adorado como deus do vinho e da alegria.
Representa o caos primordial, a noite, o mistério, o enigma. Nunca mostra sua verdadeira face, aparecendo em forma de diversos animais.
O deus Dionísio representa em suma a vontade e o sentimento do ser humano em buscar os prazeres e mais profundamente o sentido neles, é a busca, sempre a busca. Porém em Dionísio se encontra o sentido nas alegrias e prazeres da vida, não no desapego ou privação.
Encarar Dionísio como existente, não é interpretá-lo como ser carnal e espiritual, o mais importante é saber que ele é essa vontade, é como nomeá-la e torná-la comum aos humanos ocidentais.
Ele é palpável, apenas sentindo essa vontade já se reconhece ele. Porque eu vos digo, os deuses, Deus, as coisas o universo estão dentro de nós e não se trata do cliclê e sim de que somos informação e tudo ao redor também. Não podemos confundir a decodificação das informações com a realidade, a emulação não é propriamente o objeto, apenas a emulação dele a virtualização, torná-lo tangível.
O que tão insistentemente tento falar é que prosseguirei a falar de Dionísio, porque mesmo se eu falar da inversão do subjetivo ser objetivo e vice-versa de nada adiantará para o entendimento de Dionísio e nem é meu intuito convencer ninguém e demonstra-lo.

Noções Básicas.

Antes de realmente falarmos dele e seus ensinamentos devo aqui alertar sobre alguns pontos.
Não! Dionísio não aconselha que se beba até morrer ou algo do tipo, ele sabe e conhece o sentido do ato de se embriagar e quer que você o busque, e que se o sentido estiver no fundo de uma taça de vinho que você a esvazie e o encontre.
Todos seus ensinamentos não o fazem que com você siga o mesmo caminho dele e sim que você encontre o seu proprio, pois mesmo sendo tudo uma só trilha a multiplicidade superficial é necessária no inicio da jornada.
Dionísio não faz milagres e nem curas, ele concede graças e punições humanamente normais, nada de grandes iras, ele mesmo erra e se embriaga, portanto se aproxima muito de nós, a principal diferença é que ele chegou onde outros grandes mestres chegaram atraves dos prazeres.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tarde de domingo

A bela manhã de domingo estava se esvaindo e dando lugar aos contornos da tarde, as pessoas chegavam aos poucos para o almoço dominical nos prédios ao redor da maltratada praça.
Mas naquele começo de tarde ela parecia o ambiente ideal, utópico para dois amantes. Os beijos fervorosos se transformaram em uníssimos toques, o vento acariciava as arvores e gota a gota a chuva começou a se precipitar, lavando os dois corpos que jaziam entrelaçados pelo desejo, desejo de possuirem a alma um do outro.
O cheiro da chuva se misturou com o cheiro doce do amor e todos que se dispusessem a olhar veriam o amor acontecendo ali, ao alcance de todos. Uma metafora da natureza, uma verdade acima das outras.
A chuva acompanhava cada movimento aumentando ao passo que o amor explodia.
Carros, transeuntes, vento, chuva, beijos, libido, luxuria, amor.
Felicidade!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cena minuto

O céu negro era de tempos em tempos iluminado por clarões que se distribuiam aparentemente de forma aleatória. Riscos amarelados o cortavam em um imenso esforço de dividir, separar. Via-se os contornos dos pédrios que melindravam perdo de tantas luzes intermitentes.
A cena chamava atenção, por sua estranha beleza, os olhos do espectador em frente sua tv mal podiam se mexer. Segundos preciosos foram despendidos naquele amalgama de imagens.
Somente a voz do jornalista dizendo: "Tropas israelenses atacam a faixa de Gaza", pôde tirar sua atenção. Ele se sentiu confuso, como uma brutalidade disposta a tirar tantas vidas humanas pode ser tão bela e única?
Certamente existe algo de belo na brutalidade.

História da calcinha

Quando estava a esfregar a calcinha de minha amada que ficou em minha casa por um desengano do destino, enxaguando-a com dedicação. Aliás ela está muito cheirosinha.
A água caia de leve em minha mão acariciando minha cútis, fui me lembrando de como minha eterna mulher gostava muito de sua textura, seu cheiro. Fiquei corado por alguns instantes.
Meu coração saltou a rebater em um ritmo quase desconhecido e pude por alguns instantes vislumbrar ela tão bela ali parada, longe de mim, de meus carinhos. Minha imaginação?
Talvez.
Mas sei que senti um calor aconchegante em meu peito, um amor descomunal, tão gostoso, tão bom que por esse momento fiquei completamente embriagado.
Quando voltei a mim estava com a calcinha na mão direita e minha mão esquerda estava em meus olhos que agora o liquido que a tocava não era mais a água turva da torneira e sim o liquido salgado que brotejava de meus olhos.

Hehe!!!


Retirado de http://www.shoeboxblog.com/

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Baudelaire

Eu te amo como se ama a abóbada noturna,
Ó taça de tristeza, ó grande taciturna,
E mais ainda te adoro quando mais te ausentas
E quanto mais pareces, no ermo que ornamentas,
Multiplicar irônica as celestes léguas
Que me separam das imensidões sem tréguas.

Ao assalto me lanço e agito-me na liça,
Como um coro de vermes junto a uma carniça,
E adoro, ó fera desumana e pertinaz,
Até essa algidez que mais bela te faz!

To seek the light

É mais fácil apagares a chama dentro de ti do que iluminar toda a escuridão

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Dois é importante.


Layla, amarei você eternamente!
"O género de liberdade mais importante, é seres verdadeiro. Trocas atua realidade por um personagem. Trocas os teus sentidos por uma atuação. Desistes da capacidade de sentir, e em troca pões uma máscara. Não pode haver uma revolução em grande-escala, se antes não houver a revolução individual da pessoa. Primeiro tem que acontecer cá dentro." [ Jim Morrison ]

Divertido desenhar!!!


Abre los ojos
Öffnen Sie Ihre Augen
Open your eyes
Apri i tuoi occhi
Abra seus olhos!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009