sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

...!!!

Natal!

Ontem fui perguntado sobre a utilidade do natal, o defendi de pronto. Dizendo que dias especiais existiam e que eu me permitia entregar a diversão, em ser feliz. Mas novamente fui interrogado o que faria esses dias especiais?
Pensei, filosofei, e a nenhuma conclusão cheguei além de que as próprias pessoas se permitem serem felizes nestes dias. É como se nossa sociedade “moderna” (hehehehe) nos permitisse que fôssemos felizes apenas nestes dias, somente neles, no resto estaríamos relegados a sustentar aqueles que mandam, produzir sua comida, sua diversão, sua ilusão.
Relegados ao trabalho, relegados a sermos engrenagens, sem pensar, só pesar. Andar como escravos felizes que esperam ansiosos pelos dias especiais em que podem ser felizes.
Que nossa sociedade perdeu o sentido há muito tempo não é novidade, que um sistema está falindo em menos de 200 anos também não, mas que hoje temos até os dias para sermos alegres e bons uns com os outros, aiai isso já é demais.
Em todos os demais dias aquele mendigo só é mais um adorno nas bonitas luzes da cidade à noite, faz parte do quadro, mas no natal, aaa no natal não, neste dia nós o ajudamos o damos boas festas. Olha amanheceu...sai daqui seu vagabundo fedido!!!
Hahahahahaha!!! Em meus menos de um quarto de século já me cansei de tanta hipocrisia, e eu sou o hipócrita também, e nosso único remédio é a sinceridade. Uma escolha simples: Ser o cordeiro ou ser lobo, mas tudo bem deixem outros puxem suas cordinhas sem se perguntarem, Eles agradecem.

Amor Eterno

Oh, Minha Eterna,
Pego da pena para te escrever.
Oh, Musa da minha rua, neste instante,
A destra percorre os caminhos insinuantes do teu corpo!

Te desnudo querida,
Ao lançar-te ao vivo pela pena, com tintas coloridas.
Teu alvo busto coberto de rendas, brancas como a neve, que escuta o teu soluçar, arfante de desejos.

Sei que sois minha apesar de seres tocadas,
Por esses macios tecidos, mas sofro.
Em tuas negras madeixas quantas vezes descansei
E solucei implorando um beijo teu.

Oh amor de minha vida, que tinges de carmim,
Sonetos por ti feitos à luz do luar,
Refletindo em tuas cartas, pedaços da tua alma!
Partes agora para distante de mim e beijo saudoso as tuas pegadas.

Acaricio o caminho que percorrestes envolto em ardente desejo.
Em cada flor sinto o teu perfume, em cada arbusto vejo o teu perfil,
e em cada curva da estrada a tua alma.
Partes para outro te amar?...Nunca!!

Saibas que me levarás contigo e,
Em cada beijo que receberes aí estarei.
Quando fores desejada estarei vigilante.
E nunca te deixarei ver em outro ser a não ser este,
O teu Eterno Amante.



Livio, O Anjo Poeta

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Embriaga-te

Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Como vinho, com Poesia. ou com a virtude, a vossa escolha".

Charles Baudelaire

O Vestibular da Vida

Affonso Romano de Sant'Anna


Um enduro sem moto, um rali sem carro, uma maratona onde, ao invés de atletas, correm paraplégicos, cegos, presidiários, grávidas e doentes em suas macas, esta é a imagem que nos deixa este vestibular realizado esta semana, mobilizando centenas de milhares de jovens em todo o país.

Várias fotos mostram jovens correndo desabalados dentro de seus jeans justos e camisetas palavrosas em direção ao portão da universidade, como se fossem dar um salto tríplice. Como se fossem dar um salto sem vara. Como se fossem dar um salto na vida. Ao lado, aparecem parentes incentivando o corredor-saltador, aparecem colegas gritando em torcida. Correi, jovens, correi, que estreita é a porta que vos conduzirá à salvação! E ali está, como São Pedro, um porteiro ou guarda, que vai bater a porta na cara do retardatário, que chorará, implorará, arrancará os cabelos num ranger de dentes, enquanto, saltitantes, os mais espertos pulam (ocultamente) um muro e penetram o paraíso (ou inferno da múltipla escolha).

Explicação " Sabedoria pelo desapego"

A sabedoria e felicidade não vêm das circunstâncias de fora, mas sim da substância de dentro.
Civilização e progresso técnico não representa verdadeira cultura.
A finalidade do homem aqui na terra não consiste em alo-realizações, mas sim em auto-realização.
A alo-realização de objetos pode servir de meio para a auto-realização do sujeito - mas não pode jamais substituí-la, nem ser um fim em si mesma, como é auto-realização.
É tão difícil para o sábio adquirir riquezas - como é difícil para o rico adquirir sabedoria.

Sabedoria pelo desapego

Palavras verdadeiras não são lisonjeiras.
Palavras lisonjeiras não são verdadeiras.
O Homens sábios não são eruditos,
Homens eruditos não são sábios.
Quem trilha o caminho da perfeição
Não acumula tesouros.
Riqueza é para o sábio
O que ele faz pelos outros.
Quanto mais ele dá aos outros,
Tanto mais rico se torna.
Assim como da Unidade brota a vida,
Assim age o sábio
Sem ferir ninguém.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Início

Todos me vêm falar que a sociedade está ferrada: criminalidade, catástrofes mundiais, pobreza, fome. Mas só falam, discursam sobre maneiras de consertar as coisas, fazer isso e aquilo, mas não fazem. E mesmo que fizessem de nada adiantaria.
O problema da civilização é bem mais escondido, mais velado, o buraco é sempre mais embaixo. Todos ignoram as mentiras que tão veementemente são ditas todos os dias, corroboram para um fraudulento e auto-destrutivo sistema. São essas mesmas pessoas que defendem o que criticam, e elas não sabem.
Do que adianta medidas paliativas quando o problema está no próprio homem? De nada, apenas aumenta a ilusão.
O fundamento de todos esses problemas mora no fato do ser humano viver pelo ego, ignorar o que todos os textos míticos tanto falam, e ultimamente de viverem o sonho americano do consumismo.
Eles te dominam, te fazem de escravo, um escravo feliz sim, mas ainda um escravo e vocês clamam por mais. Tentam inutilmente suprir os desejos do ego. Será que após milhares de anos vocês não compreendem que não é possível suprir os desejos do ego?
A partir de hoje começarei a discutir certos assuntos aqui também, espero que concordem, discordem, ao menos reflitam.
Que um dia a humanidade possa despertar para o que realmente interessa.

Tiago Eugenio dos Santos

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Explicação - "A Sabedoria parece estultícia"

Neste poema, de imensa profundeza e sublimidade, Lao-tsé faz ver que ninguém sabe o que é Tao (Unidade), a infinita Realidade, sem o ter vivido e vivenciado diretamente. Saber é saborear. Saber é ser.
Quem não se identifica pela vivência concreta com a existência abstrata não tem noção exata do Tao.
Para aqueles cuja vivencia se basea no ego, o ser que conhece a Unidade lhe parece fracassado, pq não tem nada e no entanto tem tudo, é simples, age sem agir. Esses paradoxos parecem absurdos quando não se sabe de sua complementariedade.
Assim, só sabe oq é a Unidade (Tao) quem o vive e vivencia com toda a sua alma, com toda a sua mente, com todo o seu coração e com todas as suas forças.

Recomeço

Bom o blog ficou meio abandonado, porém começarei a colocar novas coisas todos os dias. Visto que o blog tem apenas uma leitora...espero que goste!

A sabedoria parece estultícia

O verdadeiro sábio,
Quando conhece a Unidade,
Procura realizá-lo em si.
Quem ainda vacila, incerto,
Na sabedoria, só de vez em quando
Segue o caminho certo.
Quem apenas fala em sabedoria
Não a toma a sério.
Se a Unidade não lhe parecesse absurda,
Não seria Unidade.
Por isso disse o poeta:
"Quem é iluminado pro dentro
Parece escuro aos olhos do mundo.
Quem progride interiormente
Parece ser retrógrado.
Quem é auto-realizado
Parece homem imprestável.
Quem segue a luz interna
Parece uma negação para o mundo.
Quem se conserva puro
Parece um bobo e simplório.
Quem é paciente e tolerante
Parece um sujeito sem caráter.
Quem vive de acordo com seu Eu espiritual
Passa por um homem enigmático."

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sucesso Total

Nossa fico até lisojeado, feliz e entusiasmado com o numero de visitantes do blog.
Um sucesso total, por dia entra 1 pessoa (eu) e tem dia que chega a 2 visitas!!
Esse é meu esforço sendo recompensado, obrigado a todos os que visitam esse sucesso se deve a vocês.
Nosso recorde é de quatro visitas em um só dia, aliás nesse dia passamos o google em visitas, mais uma vez obrigado.

Aquele que nomeia!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

"THE END HAS BEGUN"

As nuvens negras no céu anunciavam apenas mais um temporal, mas o que se viu foi algo além, algo tirado do pesadelo dos espiritos. Os clarões se alternavam desnudando aquilo que a muito foi anunciado, profetas foram desacreditados pela tecnocracia, e o que presenciamos foi a inutilidade da extasê perante a entropia do inevitavel.
Aqueles que vêem puderam se deliciar com a chegada do tempo da verdade, tempo onde apenas os simples de coração terão a coragem e a força nessaria para não vender seus corpos e almas para o paradigma.
O aviso foi dado pelos mil relâmpagos, que aqueles que não creiam tenham uma ultima oportunidade!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Felicidade ensandecida!


A felidade em sua base é a negação da lógica imposta pela tecnocracia, enquanto fores racional nunca alcançara tal estado de espírito

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A jornada de Julian – Parte 02.

A última tribo dos lobos.

Muito ao norte deste vale, além dos rios, do oceano pequeno, passando pelas montanhas do norte existia uma tribo. Uma tribo isolada de todo o resto, em um lugar parecido com esse, só que muito mais frio. A neve cobria a vegetação o inverno inteiro, os animais eram abundantes e sadios.
Os homens desta tribo caçavam a cada quatro dias, comiam apenas carne, preferencialmente de lebres e cervos. Mas acredito que isso não deve ser tão relevante assim.
Vamos direto ao ponto para que você possa visualizar este ambiente.
Essa tribo era chamada de tribo dos lobos porque todos seus membros foram lobos em sua última vida, eles constantemente tinham sonhos: lúcidos, ou não, acerca dessa vida.
Seu xamã ensinava a seguinte lição. Nós somos compostos por corpo e espírito.
O corpo é a ferramenta do espírito para evoluir, para poder alcançar a acessão, para poder operar neste mundo de matéria. Seu corpo pode ser qualquer corpo, tudo que tem consciência tem um corpo e um espirito, as arvores, os pássaros, os homens, os lobos.
Seu espírito quando não está em um corpo evoluindo, ele está no mundo espiritual na estática, sem movimento sem evolução, então seu espírito escolhe vir à matéria para passar pelas provas de fogo. Simplificadamente são: A reflexão estática, como arvore; a entropia da lógica, do humano; e a dinâmica do instinto, do animal.
Estes ensinamentos para muitos não se completam em uma só vida, portanto nossos espíritos vão e voltam para a lição da matéria. Mas continuemos a historia, se este for seu caminho você aprendera mais disso.
Nesta tribo todos os nativos tinham sido lobos em sua ultima vida, e atravez de seu primeiro xamã eles conseguiram se conectar a esta vida já findada. Tinham lembranças, instintos, do que fora outrora seu desafio. Sendo assim eles andavam em meio aos lobos, eram como iguais, toda vez que um lobo morria um nativo nascia. Eles fizeram a ponte perfeita entre instinto e consciência humana. Uma vida de contemplação e ação ao mesmo tempo, uma maravilha para nós...
Uma maldição para aqueles que hoje mandam no mundo como se isso fosse só o que temos.
Não falemos por hora da inconsistência da realidade e de sua natureza ilusória.
Sabe Julian, todos nós temos nossos momentos finais aqui no mundo da matéria, o memento que conseguimos nos conectar com nossos espíritos por definitivo, nos conectar enfim com o todo. Aqueles homens e mulheres gozavam deste estagio, eles todos tinham recebido o chamado do todo, o canto de todas as vozes. Eram todos deuses, suas vontades eram a vontade de seus espíritos. Por muitos séculos eles viveram intocados praticando os ensinamentos para a chegada de sua partida. Sábios de todas as partes iam até eles aprender e ensinar. Mas a época da esterilidade, da infertilidade, do endurecimento do pensamento chegou, chegou rápido e um a um foi derrubando.
O mundo caia perante os pés de seu suposto salvador, como escravos felizes eles se tornaram a arma mais poderosa de todas. Não espero que entenda isso ainda, apenas se lembre, esses nativos eram livres, livres de verdade, nenhuma prisão poderia pega-los.
A única solução dos “libertadores” da tirania era acabar pro completo com todas crenças verdadeiras para que sua crença falsa e móvel nunca fosse questionada.
Passado algumas semanas do último solstício de inverno uma caravana de mercadores ambiciosos em encontrar uma nova reserva de caça passavam pela região da tribo.
O xamã rapidamente pegou suas vestias mais grossas e saiu em busca da caravana na intenção de despistar os viajantes.
Ao encontrá-los tentou convencer aqueles famintos homens a mudarem a direção de sua busca, e irem em direção as montanhas do sul, pois ali poderia haver um bom local de caça. Os homens pareciam convencidos e agradecidos ao xamã que para eles não passava de uma simpática e estranha figura.
A caravana toda começou sua lenta viagem para o sul, onde supostamente encontrariam seu tão almejado campo de caça. O xamã parecia ter afastado o terrível destino para bem longe de sua tribo. Mas pelo enorme numero de lobos naquela região os homens ficaram cada vez mais desconfiados. Eles matavam três ou quatro a cada dia de viagem.
Após menos de uma semana da partida a caravana parou, desconfiada do numero de lobos resolveram voltar. Não culpe os lobos, eles costumavam serem os maiores predadores daquela região, não temiam esses homens, mas nada podiam fazer contra feitos como a arma de fogo.
A tribo vendo seu inevitável final se preparou para resistir. Nem mesmo o xamã podia entender como o destino deles fora mudado. Ele viu, sentiu varias vezes o fim da tribo, mas não era daquele jeito. Como homens tão cegos podiam alterar o destino. A caravana nada mais era que o braço armado de uma consciência maior, aquela que dominara o mundo alem do vale da tribo.
Assim que foram avisadas pela tribo as alcatéias começaram a se dispersar, fugir. Apenas alguns ficaram.
A caravana encontrou a tribo sem dificuldades, se decidiram a tomá-la para que ali pudessem fazer sua base para seu novo e grande campo de caça de peles e carne. Nem uma palavra foi trocada apenas tiros e lanças foram cruzados no ar.
A tribo foi morrendo e estranhamente os poderes que todos compartilhavam estavam diminuídos e fracos perto daqueles homens. Todos caíram restando apenas o mais forte e sábio de todos; o xamã. Faltavam poucos estantes para seu espírito evoluísse a ponto de nunca mais voltar, mas parecia que os homens da caravana tinham realmente mudado seu destino, ele iria morrer antes da hora.
Foi quando se ouviu um uivo forte, um grande lobo apareceu com toda sua alcatéia, enquanto o resto dos lobos distraia os impiedosos homens da caravana o grande lobo puxava o xamã para um esconderijo. Todos foram mortos restando apenas o xamã e o grande lobo.
Sorrindo o xamã disse ao lobo para não se preocupar, pois ele tinha que partir em instantes.
A caravana caçou por três dias e três noites o xamã e o lobo, até que enfim perto de uma clareira os encontraram.
- Sim! Julian gritou enquanto sua face ficava cada vez mais vermelha e seu corpo dormente.
- Então...Foi...Que.
Iaré sorria como uma criança ao ver que ele estava se lembrando.
- Os homens tentaram matar o xamã deram um tiro, sim, então eu pulei na frente do tiro, dando tempo para que o xamã fugisse e terminasse sua jornada em paz.
Logo após dizer isso, Julian sentiu seu corpo todo dormente e desmaiou.
O velho sorriu e disse a Julian desmaiado no chão.
- É meu menino, você era aquele lobo, agora posso te ensinar.

Jornada de Julian – Parte 01.

O sol aos poucos tocava o chão revelando o tom verde da grama, as últimas gotas do orvalho pendiam das folhagens e tocavam o solo. Um pouco acima se podia avistar um homem de pouco mais de cinqüenta anos que nu e de braços abertos saudava o sol. Como se ele ali imponente fizesse parte do todo, apenas um circulo de sua própria urina o separava dos males que lá continham. Com o membro ereto sua masculinidade confrontava o sol.
Uma cena pitoresca para o jovem que entre as arvores assistia o velho homem saudar o sol. Havia caminhado por dias até chegar ao vale e agora mal abrira os olhos e enxergara o homem imponente no rochedo.
Após algumas dezenas de minutos ele saiu da posição que ficara imóvel e se pos a andar em direção a uma pequena casa. Pedras em cima de pedras erguiam as paredes, o telhado era composto por fios de palha cuidadosamente emaranhados.
O jovem o seguiu e como tinha sido avisado pelo dono do empório da cidade situada a uns quinze quilômetros daquele belo vale, ele não se atreveu a bater na pesada porta de madeira. Haveria de esperar pelo convite para poder falar com o homem. Ajeitou-se no gramado próximo a casa e ficou a esperar.
O velho agora vestido com apenas uma leve calça de algodão cru, saia da casa e se dirigia a uma determinada arvore, urinava e voltava para o interior da casa.
Durante três dias o jovem viu a cena se repetir sem que o homem se quer o notasse. Sabia da dificuldade de sua jornada e obstinava a continuar. O jovem pensou por todos os dias uma forma de ser notado, pensou, pensou e decidido levantou e caminhou até aquela determinada arvores e sentou sob ela.
Como sempre o homem saiu de sua casa e foi até a árvore, ao ver o jovem sentado na sob ela, dirigiu-lhe a palavra.
- Levante-se jovem, você deve estar faminto, vamos até minha casa para desjejuar.
A voz calma do homem parecia penetrar pela mente do jovem que alegre acompanhou o homem.
A casa gozava apenas de um cômodo metodicamente arrumado, defronte com a porta um pequeno fogão de lenha aquecia toda a casa, uma rede esticada tomava todo canto direito do cômodo, no lado oposto uma pesada mesa disputava espaço com inumemos objetos estranhos, de livros a tambores.
- Sente-se jovem e me conte o que te traz a meu mundo.
O jovem satisfeito sentou a mesa e começou a falar.
- Bom... Bem, meu nome é Julian, nasci e vivi muito longe daqui, além das montanhas, numa cidade bem interiorana.
Parou por um instante para comer o pão que o homem lhe oferecia. Retomando o fôlego por comer apressadamente continuou.
- Não sei ao certo o que me trouxe até aqui, sei que a pouco mais de um ano eu enlouqueci, pude ver ou sei lá... Alucinei.
Confuso e sem conseguir falar o que durante toda a viagem ensaiou, abaixou a cabeça decepcionado por não poder com palavras o que sentia.
- Julian, acalme-se, eu sou Iaré, como deve saber, vejo que você recebeu o chamado. Hoje em dia se torna mais comum que pessoas urbanas como você o receba, quase não existe mais gente em harmonia com a mãe terra e o pai sol, é triste que você tenha visto o que viu.
Mesmo pronunciando com tristeza na voz, Iaré usava exatamente o mesmo tom de voz que usara quando convidou Julian para entrar.
- Iaré, mas o que é o chamado, eu nem sei o que me trouxe aqui, é embaraçoso nem ao menos saber.
- Julian ainda não disse que te ensinarei algo, acalme-se, a ignorância é a dádiva dos que dormem; para saber se realmente estou em seu destino preciso consultar os espíritos guardiões. Enquanto faço isso tome essa lança e traga nosso almoço.
- É... Como assim... Eu nunca... Nunca mesmo.
Ignorando o apelo do jovem, Iaré abriu a porta e entregou a lança rusticamente feita a Julian, esperou o jovem passar e fechou a porta.
Por alguns instantes Julian olhou para a casa hesitante em cumprir a ordem do velho homem.
Vendo que se quisesse permanecer em sua escolha teria que caçar, decidiu tentar. Correu em direção a densa floresta de araucárias e sumiu nos arbustos.
O tempo fresco do vale foi dando lugar ao pesado calor do meio dia, durante horas Julian tentou caçar, perdeu a conta de quantas vezes lançou em vão a rústica lança. Decepcionado voltou a cabana.
- Pela decepção não deve ter tido hesito.
- Nem se quer cheguei perto, tentei, mas não consegui.
- Por isso não conseguiu, não existe tentar, ou você faz, ou não faz. Agora relaxa temos muito que conversar.
Iaré colocou a mão sobre a cabeça do garoto como sinal de apoio, voltou-se de costas a ele e parou por um longo período de tempo. Ao se virar novamente ao garoto se podia ver a face tocada por varias lagrimas.
- Julian, vou lhe contar. Pausou para mais algumas lagrimas e retornou.
- Lhe contarei a historia da ultima tribo dos lobos, ao final desta historia saberá se este é sei caminho, se o destino o trouxe é ele que revelará seu caminho.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Frase das Férias

"Senão consigo inspirar o amor e a adimiração que eu inspire a pena e a compaixão"

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nova Mitologia

O olho do artista, como disse Thomas Mann, tem um viés mítico sobre a vida; por isso, precisamos abordar o mundo dos deuses e dos demônios – o carnaval de suas máscaras e o curioso jogo do “como se”, no qual o festival do mito vivo abole todas as leis do tempo, permitindo que os mortos voltem a vida e o “era uma vez” se torne o próprio presente – com o olho do artista. Porque, de fato, no mundo primitivo, onde temos que buscar a maioria dos indícios sobre a origem da mitologia, os deuses e demônios não são concebidos à maneira das realidades evidentes, rígidas e fixas. Um deus pode estar simultaneamente em dois ou mais lugares – como uma melodia ou sob a forma de uma máscara tradicional. E onde quer que ele surja, o impacto de sua presença é o mesmo: ele não é reduzido pela multiplicidade. Além disso, a máscara em um festival primitivo é venerada e vivenciada como uma verdadeira aparição do deus.
A construção de uma sociedade tem como fundamento seus mitos, a importância de sua estruturação quando se vai construir uma nova mitologia, um mundo de fantasia medieval é a mais alta possível. O R.P.G é um modo de resgate dos próprios valores míticos de nossa sociedade, onde cada vez mais os deuses, heróis e demônios são deixados de lado por uma vivencia cada vez maior da vida funcionalista e da estéril vida técnica.
A mitologia tem como uma das principais funções, guiar o ser por toda a sua vida. Quando criança através de brincadeiras ela é ensinada e iniciada nos primeiros mistérios do homem. Ao atravessar sua puberdade o mito lhe tira da vida infantil e lhe joga na vida adulta. O mito aqui é o guia o guardião, em sua parcial ou completa ausência o ser se vê perdido, sem referencial, sem o que seguir.
A serie de livro de Joseph Campbell, um grande estudioso da mitologia e das religiões comparadas, nos fornece a base da mitologia, quais suas similaridades, suas bases. E a partir desta analise, do estudos dos mitos e heróis de diversas regiões do mundo, estruturaremos a mitologia de Kelathor.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Frase da semana

"Hoje é dia de vinho e mulheres, alegria e risadas. Véspera de sermões e muita água mineral."-Lord Byron

The End(The Doors)

The End(The Doors)
É o fim
Querido amigo
É o fim
Meu único amigo, o fim
De nossos planos detalhados, o fim
De tudo que está de pé, o fim
Sem segurança ou surpresa, o fim
Nunca vou olhar em seus olhos outra vez
Consegue imaginar como será
Tão sem limites e livre
Desesperadamente precisando da mão de algum estranho
Em uma terra de desespero
Perdidos numa imensidão romana de dor
E todas as crianças estão loucas
Todas as crianças estão loucas
Esperando pela chuva de verão
Há perigo nos limites da cidade
Siga pela estrada do rei, baby
Cenas misteriosas dentro da mina de ouro
Siga pela estrada do oeste, baby
Monte a cobra, monte a cobra
E siga para o lago, o antigo lago, baby
A cobra é comprida, sete milhas
Monte a cobra
Ela é velha e sua pele é fria
O oeste é o melhor
O oeste é o melhor
Venha para cá e faremos o resto
O ônibus azul está nos chamando
O ônibus azul está nos chamando
Motorista, para onde você está nos levando?
O assassino acordou antes do amanhecer
Calçou suas botas
Pegou um rosto na antiga galeria
E seguiu pelo corredor
Ele foi até o quarto onde sua irmã morava
E então ele visitou seu irmão
E então ele, ele seguiu pelo corredor
E ele foi até uma porta, e olhou para dentro
Pai, sim filho, eu quero te matar
Mãe, eu quero...
Venha, baby, vamos nos arriscar
Venha, baby, vamos nos arriscar
Venha, baby, vamos nos arriscar
E me encontre atrás do ônibus azul
Fazendo um rock triste
Em um ônibus azul
Fazendo um rock triste
Venha!
Mate, mate, mate, mate, mate, mate
É o fim
Querido amigo
É o fim
Meu único amigo, o fim
Dói te libertar
Mas você nunca iria me acompanhar
O fim do riso e das leves mentiras
O fim das noites em que tentamos morrer
É o fim.

sábado, 24 de maio de 2008

Estou só

Estou só
Sozinho na escuridão
Ao apertar os olhos
As lagrimas escorrem
E tocam o chão

È isso que me foi reservado?
Esta podridão sem fim?
Este chão estéril e rachado
Destino cruel e vazio

Como um naufrago no vazio eu choro
Berro aos cantos minha tristeza
Mas a surdez do mundo me cala
E me invade o sentimento de certeza
Que me restou apenas o sofrer

O sofrer para poder contar
O sofrer para poder criar
O sofrer para poder ficar
O sofrer de sempre voltar

Apenas um desabafo.

Chega de acender a luz para os cegos, gritar aos surdos e ouvir os mudos.
A minha paciência se escorreu entre os dedos e chegou ao solo, onde hoje faz sua morada. Com ela levou grande parte de mim; minha confiança, meu espírito de luta, e no final até grande parte de minha esperança.
Como tanta gente pode sustentar esta mentira sórdida, suja e estéril? Falta de opção o caralho! Isto pra mim é por gosto. Por gosto a tristeza, por gosto ao sofrimento, por gosto ao ser maior e diminuir o próximo.
De que adiantou a morte de Jesus, a filosofia de Buda, de Confúcio, a adaptabilidade de Dionísio?
Agora entendo porque os grandes sábios e mestres do mundo fogem para ares mais puros, eles vêem a inevitabilidade da burrice e da cegueira humana. A incapacidade de aceitar a si mesmo, de não serem mais as vitimas e sim os carrascos.
Eu escrevo aqui e sei que mesmo tentando expressar a todos vocês que existe sim uma luz, é inútil, nem meia dúzia de pessoas leram isso e menos de um terço prestaram mais que três segundo de reflexão.
Mesmo assim eu inutilmente escrevo, mais será essa a minha ultima tentativa. Não serei mais metafórico nem abstrato, sei que meus pares me crucificaram por isso. Mas que se foda.
Seus perdedores inúteis prestem atenção: Todos, repetindo, todos os mitos, religiões, crenças, levam ao mesmo ponto, são em essência a mesma coisa. Mas aposto que vocês sabem disso, porém assim mesmo continuam a ignorar que todas elas te levam a luz.
A ciência não é nunca foi a verdade, ela é a um modo em minha opinião idiota de buscá-la. E quem busca nunca acha. Mas não importa não é? Ela nos trouxe a rede, computadores, celulares, carros. Qual o problema de ser responsável de todos os problemas contemporâneos.
Nem preciso escrever que a porra da realidade é sustentada pela sua cegueira né? Pois logo viram a mim chamando de louco.
É engraçado as pessoas se matando por sobrevivência, a ironia de que te convenceram que você é apenas um animal e por isso pode apelar para seus instintos e a sociedade te oprime, ela faz o bandido. Ha!ha!ha, uma piada um tanto perigosa essa ein!
Continuem a se acharem vitimas, continue a ignorar aquilo que não podem ver ou que a ciência disse não ter provas.
Desculpem-me por falar essas “maluquices” acima, pois como já disse nem meias dúzias de você leram isso.
Isso é apenas um desabafo de uma pessoa que um dia acreditou que veria vocês dando a volta por cima. Alguém que acreditou ser possível que entre todos pudesse haver harmonia. Que os amigos fossem amigos, que a traição não existiria nem no vocabulário, que o querer somente nos guiasse e não mantive controle total.
Alguém que morreu ao ver o que vocês tanto lutaram para fazer.
Por fim, nem dentre aqueles que se consideram menos cegos, existe o que deveria existir entre todos. Nem entre nós, nem entre nós.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Será que alguém realmente lê esse blog?

Hoje estava a selicionar material pro blog, alguma coisa interessante. Parei por um momento e me perguntei se realmente alguém via este blog.
Entre traseuntes ocasionais da rede, e aqueles que pertencem a está milenar organização que honra Manticarr Ra.
Se você olha o site ou olhou, poderia encarecidamente comentar pelo menos este tópico.
Para que eu possa medir se vale a pena me esforçar o mínimo de fazer algo que presta por aqui.

Chega de acender a luz para os cegos, gritar aos surdos e ouvir os mudos.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

De que me adianta

De que me adianta rimar?
Se meus sentimentos são paradoxais.

De que me adianta desenhar?
Se as formas não me impressionam.

De que me adianta atuar?
Se todos os personagens são eu.

De que me adianta pintar?
Se sem seus beijos as cores somem.

De que me adianta tocar?
Se todos os sons são mudos.

De que me adianta chorar?
Se as lágrimas nada mudam.

De que me adianta respirar?
Se o ar não move nem uma folha.

De que me adianta viver?
Se o que me restou foi o passado.

Só me resta

Só me resta o retumbar do final.
Só me resta o frio dos dias de solidão.
Só me resta sentir os males do mundo.
E calado chorar as dores que batem fundo.

Só me resta o frio.
Só me resta o vazio.
Só me resta o lembrar.
Só me resta o desejar.
Só me resta o nunca alcançar.

Poemas

Nem em meus devaneios
Encontro mais o sossego.
Penso, ajo, faço meus manejos.
Nem aqui, nem lá, tenho aconchego.

Lágrimas despendidas à toa.
Assim que a embriagues passa.
E volto à vida devassa.

O gosto de teus lábios
Não mais sinto
Aquela doce mistura de sabores vários.
Que apenas tem o vinho tinto.

terça-feira, 29 de abril de 2008


"Alguns nascem para o suave deleite; outros para os confins da noite"
- Jim Morrison

Abraço coletivo no Toni


"O Feudo tem que virar luz!"
-Toni

sábado, 26 de abril de 2008

Frase da Semana do Feudo

O segredo está certo, mas incompleto, esqueceram da parte q vc tem q virar um copo de tequila e só depois pensar positivo!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Noite no Conselho

O cair da noite a muito já havia passado, as casas vistas pela grande janela do salão aos poucos iam apagando suas velas e luminárias. O salão se estendia por muitos metros para todos os lados, sua forma circular parecia abranger todo o andar da alta torre do castelo. Suas paredes eram ricamente adornadas com sedas das cores vermelhas e ocre que disputavam espaço com as grandes tochas que o iluminavam.
No centro uma pesada mesa feita com a mais cara das madeiras encerrava em si os mais nobres do reino e também os comandantes, reis e diplomatas das terras externas. O ar pesado do ambiente parecia embriagar mais que a forte bebida servida a todos. Estavam ali reunidos há horas em busca de uma solução, a guerra se aproximava de seu fim, porém este fim seria a destruição do próprio conselho, dos humanos em si, os filhos de Intelhem Ham Ktum enfim venceriam. Eles conhecedores das maiores verdades, manipuladores hábeis da realidade, esplendidos em batalha e estratégia.
Um dia foram eles que ensinaram os fracos humanos a guerrear e viver, e agora passado centenas de anos do desaparecimento dos dois deuses protetores, eles entraram em uma sangrenta guerra, levando os dois lados a se fortificarem e ficarem fadados a viverem neste planeta morto.
O conselho era formado pelos membros que se destacaram de alguma forma na guerra, seja em batalha, magia, estratégia, ou simplesmente erguendo a cultura. Muitos oráculos dizem que estes membros são um cruzamento engenhoso entre as duas raças, feito por aqueles que conhecem o futuro e viram a autodestruição dos únicos que sobraram após a guerra dos deuses.
O grande brasão acima da única entrada do salão fazia com que muitos ali refletissem, o reino de Manticarr era o maior dos reinos humanos, e portanto, o maior alvo dos Yerktum, há muito a população do reino não agüenta as constantes batalhas que agora estão sendo travadas em seus quintais. O exercito por mais que se esforce não consegue mais rechaçar os invasores que já haviam tomado o folde ocidental e começavam a campanha de invasão seguindo pelo rio turvo, o mais importante do reino e que cortava as principais cidades.
O longo silencio é interrompido por um homem de grande estatura, muito forte, que usava um pesado elmo, acompanhado de uma bela armadura feita em bronze com dezenas de arabescos cuidadosamente acabados em ouro puro, trazia em sua cintura uma espada larga que já bebera do sangue de muitos Yerktum, nas costas um arco composto repousava na longa capa de couro curtido e em suas mão uma longa lança era usada hora como apoio, hora como ameaça.
- Hora senhores! Temos que reunir mais homens e contra atacar usando as encostas...Fazendo um gesto hábil e extremante rápido o homem golpeou o ar e prosseguiu – E flanquear nosso inimigo.
Instantes antes de o homem terminar outro se levantou, este tinha uma estatura mediana estava vestido apenas com uma túnica ocre, algumas inscrições em uma língua a muito esquecida podia ser vista em ambas as mangas. Ele lançou os cabelos para traz na tentativa de descobrir seus olhos, enxergar melhor e disse.
- Príncipe das cinco armas, eu sei que seu pai é o atual rei e compartilho de seu desespero em tentar rechaçar o inimigo, mas veja, olhe as casas, olhe além, olhe as fazendas, meu nobre general tu achas que ainda resta algum homem nestas terras que ainda não carregas uma espada e lutas sob seu estandarte?
Um constrangedor silencio percorreu o salão enquanto o príncipe das cinco armas formava a frase em sua cabeça. Então ele apoiou a longa lança no chão se debruçou sobre ela e voltou a falar.
- Oh Gran Consilleri! Então formemos uma tropa com as mulheres, com os bodes se preciso, mas não podemos deixar que avancem mais tornando nossa terra estéril, trazendo morte a nossas famílias e tristeza a nosso falecido deus.
- A luta a muito não nos serve mais, talvez devamos nos preparar para o inevitável. O Gran Consillieri se apressou em responder. Sua resposta ecoou pelo salão como um golpe de foice no trigo.
Um sujeito que ainda não tinha sido notado pelos reis estrangeiros se levantou, ele antes estava sentado no chão frio encostado na parede logo abaixo de uma flâmula que trazia algumas inscrições nela. O homem de estatura um pouco acima da média e com uma notável barriga formada nas longas festas dos dias de gloria do reino, trazia uma armadura estranha e engraçada, entendida apenas pelos mais antigos, uma armadura que a muito não se usava e uma bainha sem espada alguma.
- Grande conselho se não fizermos nada e não lutarmos então morreremos, se lutarmos...Morreremos, então que morramos com honra, e não se esqueçam destas palavras que estão logo acima de mim. O homem apontou a faixa que trazia a seguinte inscrição: “Nullus invado nostrum regnum, nullus imbibo nostrum vinum, nullus boare nostrum femina”. Que em sua tradução aproximada diz: Não invadam nosso reino, não bebam nosso vinho e não cantem nossas mulheres.
O clima pesado fora quebrado pela primeira vez, o homem voltou a se sentar com a impressão de que tinha se feito entender.
Sem demoras os Olhos que Vêem, sujeito alto, podia tranqüilamente ser líder dos exércitos com aquele porte, mas havia dedicado sua vida a compreensão das coisas, e como poucos podia ver além da visão de todos ali presentes, levantou a cabeça aos céus e disse:
- A destruição sempre esteve à porta de nossos lares, mas agora ela está presente até mesmo ao filho que ainda não nasceu, estamos em um momento delicado, onde a destruição de tudo que amamos é praticamente inevitável...Praticamente. O único passo a darmos se nosso objetivo for fazer com que o reino sobreviva é lutarmos acima de nossas forças e acima de nossas escolhas. O que lhes pergunto é, estão preparados para serem mais do que vocês mesmo?
Suas palavras ditas suavemente de modo alguma foram entendidas como provocação ou agressão, muito pelo contrario uma urra quase animal foi proferida por todos presentes.
Um ultimo urro foi dado pelo Andarilho dos Sonhos, um belo rapaz com vestias comemorativas da cor vermelha e laços presos pelo corpo inteiro, um grande cinto se multiplicava abraçando seu corpo e mostrando seu porte. Deu um gole em sua bebida e começou a falar logo em seguida:
- Os Yerktum dormem pouco, não se embebedam, não se apaixonam, sabem de verdades que estão perdidas nas mentes débeis de nossos anciões. Eles pecaram, sim pecaram quando acharam que eram superiores a tudo. Mesmo que conheçam a verdade ou qualquer outras destas antigas historias contadas a nossos filhos pelas mulheres, merecem conhecer o que nós humanos temos que eles nunca alcançaram. Honra e coragem. Armemos as esquadras e bateremos a porta de seus reinos com nossos canhões dando o sinal de que seu algoz chegou.
- Bonitas palavras Andarilho dos Sonhos, podemos jogar nossas ultimas reservas contra eles em terra na esperança de que recuem, mandar nossos heróis pelo mar e invadir a cidade Branca, enquanto nossas casa ficam vazias e destruídas pelas milícias rebeldes, dando ao Yerktum a nossa preocupação. Mantemos assim o equilíbrio colocando uma terceira força na guerra.
Quando a bela moça, a única mulher ali presente terminou, todos ficaram espantados com o pregresso conseguido nos últimos minutos. Ela trazia consigo a balança o símbolo do equilíbrio, ela a alta sacerdotisa de Manticarr, Detentora do equilíbrio.
Ouviu-se então a bela voz do Bardo da Verdade com seu longo chapéu e sua vestimenta típica dos artistas.
- Que nossas ações mereçam ser cantadas, que nossa bravura seja realçada mesmo pelos bardos do inimigo, que os humanos entendam que lutamos por todos e morremos por nós. Que em nossos corações soe a trombeta de Manticarr por mais uma vez. O que nós humanos podemos fazer contra tanto ódio?
A decisão final parecia estar cada vez mais perto de acontecer, nenhum homem mesmo que rei ou diplomata das terras externas teve a coragem de dirigir a voz àqueles magníficos seres que eram os membros do conselho, mesmo aquele que estava no chão sentado e nenhum titulo tinha, parecia enigmático. Cada membro parecia discordar e concordar um com o outro ao mesmo tempo. Um paradoxo grande demais para ser compreendido. Mesmo o Rei do reino de Manticarr que gozava do titulo: Rei das cinco armas e que um dia também fez parte daquele místico conselho não se opunha às decisões.
O homem sentado abaixo da flâmula se levantou mais uma vez e em tom serio disse:
- Então está decidido. Preparemos física e espiritualmente nosso povo para o que está por vir, nossas mulheres cuidaram daqueles que viram verões demais e daqueles que viram poucos, todos os demais homens engrossaram os exércitos que irão atacar frontalmente o inimigo, lançando-o nas terras dos rebeldes, enquanto isso nós partiremos com a esquadra na tentativa de invadir a cidade branca forçando o exercito inimigo a recuar. Que doemos nossas vidas a nossos irmãos, que morramos por algo maior que nosso ego!
- Perigo de morte? Pequena chance de sucesso? O que estamos esperando para ir?
O Príncipe da Cinco Armas declarou.
- Se estamos preparados para a derrota, então venceremos.
Declarou o Gran Consillieri.
- Que o fogo da destruição que vislumbrei não se abata sobre nós, mas que seja por nossas mãos que se abata sobre o inimigo.
Declarou os Olhos que Vêem.
- Que a verdade seja escondida nos sonhos e ensinadas por analogias.
Declarou o Andarilho dos Sonhos.
- Que vocês bravos guerreiros voltem para suas mulheres com seus escudos, ou sobre eles, nunca sem a honra.
Declarou a Detentora do Equilíbrio.
- Que nossas ações sejam dignas de serem cantadas pelos trovadores que ainda estão por vir.
Declarou o Bardo da Verdade.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Gênese

Aqui colocarei a cosmologia do Feudo parte a parte e as antigas historias
Do inicio até as primeiras civilizações.
Parte Um – O início.

Em um tempo antes do próprio tempo onde não poderia haver inicio nem fim, havia apenas uma consciência desperta, uma consciência infinita que em sua magnitude englobava tudo que viesse a existir. A potencia para qualquer objeto, pensamento, sentimento estava contida nesta consciência, o ser repousava sobre si mesmo.
O ser era a expectativa, a essência, a matéria prima, o caldo celestial. Uma energia sem forma e tamanho, infinita e ínfima ao mesmo tempo, onde toda dualidade nasce. Na sua ausência, não existia nada, era a falta de existência, a falta do todo, o nada.
O ser foi chamado pelos povos antigos de Farakhham, um nome pelo qual os filhos do universo poderiam o chamar, e sua ausência foi titulada de Desluggart.
No ventre de Farakhham uma consciência começou a se formar, partindo da potencia e expectativa, esta nova consciência paulatinamente começou a despertar. Ao acordar e perceber que estava sozinho neste vazio de consciência, neste vazio de concreto; ele tentou romper o Todo pra que pudesse perceber por si só o que havia além daquele mundo de apenas potencia.
Com este esforço pressionando o ventre de Farakhham veio a explodir. Explodiu espalhando a potência do todo que estava contido nele preenchendo toda e qualquer lacuna do infinito, por todos os lados as partes dele foram jogadas e junto com elas a segunda consciência.
Esta que pelos antigos foi chamada de Manticcar Ha.
Com a explosão, centenas de milhares de consciências foram criadas, não como a primeira, mas fortes o suficiente para tomar pra elas o recém criado universo.
De parte da expectativa surgiu à matéria, que muito lentamente foi se aglomerando em torno das novas percepções, criando assim os planetas, os sóis, as luas, todavia havia também aquelas consciências mais caóticas e independentes que queriam correr livremente pelo universo e nelas se formaram os cometas e os asteróides.
Cada percepção foi criando sua própria visão desta nova realidade criada a partir do rompimento de Farakhham, elas interagiam umas com as outras e desta interação nasceram às órbitas e movimentos estrelares, com a percepção destes novos deuses a realidade foi se moldando e se construindo.
O ser antes dono do todo e única consciência chorou, ficou triste por agora conter tão pouco nele. Depois da tristeza veio a fúria não só por aquele que dera inicio a tudo, mas também por todos outros que foram criados sem que ele permitisse.
No auge de sua fúria Farahham criou um modo pra que algum dia tudo retornasse a Ele, pra que tudo que fora criado do Todo se desgastasse e viesse a virar expectativa novamente, e esse modo foi o tempo. Ele instalou o tempo no universo.
Passaram-se bilhares de anos e nenhuma outra consciência havia sequer ouvido falar de Manticcar Ha, daquele que despertara tudo.
Os outros os antigos chamaram de Aposthir Ham Kkarrs.
E um deles o mais sábio, na tentativa de encontrar a primeira percepção, aquele que saberia como reverter o tempo, criou uma raça de seres conscientes. E para que pudesse haver muitos ele diminuiu o poder de suas percepções.
Não entendendo completamente os objetivos dele muitos outros Aposthir Ham Kkarrs tiveram ciúmes.
O mais sábio deles foi chamado Intelhem Ham Kctum.
Eles tinham seu mundo, mas não tinha seus súditos, e então cada um deles povoou seus corpos, com seres que fossem sua imagem e semelhança, apenas mais fracos pra que pudessem ser muitos. (até aqui revisto)
O universo viu uma explosão de vida, por todos os cantos os mundos as estrelas foram sendo povoadas pelos mais diversos seres. Seres estes que compartilhavam de um detalhe em comum, estavam presos na matéria e no tempo. Por mais que seus patronos se esforçassem eles nasceriam e morreriam.
O povo de Intelhem Ham Kctum vasculhou cada espaço que estava a seu alcance, e eles progrediam para poderem ir mais longe e cada vez mais longe.
Chegaram até mesmo tocar o extra-tempo, local onde o antigo Ser residia. E por essa transgressão o Ser se levantou mais uma vez e pronunciou a todas as consciências do universo:
Todos vocês já não fazem parte de mim, não nutro raiva por vocês que não desejaram ser. Apenas nutro ódio por aquele que me rompeu. E nele nenhum de vocês tocaram, porque no final dos tempos ele será meu. Aquele que ousar tocar em Manticcar Ha despertara minha fúria cega e será punido sete vezes.
Todos os Aposthir Ham Kkarrs ficaram com medo, Ele era muito poderoso mesmo agora com pouca coisa dentro Dele.
Intelhem Ham Kctum ficou dividido, para não sofrer sanções do Ser, ele dizimou sua própria raça, decidiu que ele mesmo iria procurar pela primeira percepção. Ao começar a mover toda a matéria que se acumulara em seu torno foi rompida e expelida chocando-se com muitos de seus irmão e irmãs. Por essa atitude ele foi banido das interações planetárias.
Sozinho e alucinado ele vagou, e vagou. Seu banimento tornara a busca ainda mais árdua, e em cada minúscula parte do universo em que ele passava, adquiria mais sabedoria e mais poder. Com o passar das eras Intelhem Ham Kctun foi se tornando áspero, poderoso e implacável, para que a primeira percepção não pudesse se esconder ele destruía cada parte por onde passava. Matando seus irmãos, irmãs e suas raças.
Muitos foram suas vítimas, e poucos faziam frente a seu poder destrutivo. Então todos Aposthir Ham Kkarrs caóticos e independentes se juntaram para que pudesse parara-lo.
Eles os antigos os chamaram de Aposthir Ham Dinnas.
Esse foi o começo das sete grandes guerras entres os deuses antigos.

Galera do Feudo


Primeiro a apresentação:

O Feudo é em suma, o lugar onde a honra e amizade ainda vivem! Onde os arautos e convidados se reunem para beber e professar seus ideias, um local de muita discução, música e entretenimento (heheh)!